domingo, 7 de junho de 2020

Colin Powell, ex-secretário de Estado dos EUA, diz que vai votar em Joe Biden e que Donald Trump não respeita a Constituição

O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos Colin Powell, que atuou durante o governo George W. Bush, em imagem de 3 de setembro de 2014 — Foto: Jim Watson/AFP 

  
Por France Presse

Powell, que serviu como principal oficial militar e diplomata do país em governos republicanos, falou em entrevista à CNN. Ele classificou Trump como um perigo para a democracia e citou que as mentiras e insultos afetaram imagem do país para o mundo.

Colin Powell, que serviu como principal oficial militar e diplomata dos Estados Unidos em presidências republicanas, disse neste domingo (7) que votará no democrata Joe Biden, e que Donald Trump não segue a Constituição americana.

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"Temos uma Constituição. Temos e segui-la. E o presidente se afastou", disse Powell ao canal de notícias da CNN. Ele foi secretário de Estado do presidente George W. Bush. 

Em sua acusação, Powell classificou Trump como um perigo para a democracia e citou que as mentiras e insultos afetaram a imagem da América para o mundo.

Powell, ex-presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, foi o mais recente de uma série de altos oficiais militares aposentados a criticar publicamente o tratamento de Trump aos massivos protestos antirracismo que agitam os Estados Unidos desde o assassinato de George Floyd, um homem negro desarmado sufocado durante sua prisão por um policial branco em Minneapolis, Minnesota.

Aparentemente, um ponto de virada foi alcançado na semana passada entre oficiais aposentados, geralmente relutantes em fazer declarações, quando Trump ameaçou usar militares para reprimir os protestos, provocando um confronto com o chefe do Pentágono.

"Estamos em um ponto de virada", disse Powell, criticando os senadores republicanos por não enfrentarem Trump.

"Ele mente sobre as coisas. E se safa porque as pessoas não o responsabilizam", disse ele.

Powell, que também atuou como secretário de Estado durante o governo George W. Bush (2001-2009), também repreendeu Trump por ofender "quase todos no mundo".

"Estamos contra a Otan. Estamos retirando mais tropas da Alemanha. Eliminamos nossas contribuições para a Organização Mundial da Saúde. Não estamos felizes com as Nações Unidas", afirmou.

E com a proximidade das eleições presidenciais de novembro, Powell fez um anúncio contundente: não votará em Trump, a quem também não apoiou em 2016. E apoiará o democrata Joe Biden.
"Sou muito alinhado a Joe Biden nas questões sociais e políticas. Trabalhei com ele por 35, 40 anos. E agora ele é o candidato e vou votar nele", afirmou.

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Recado: 'Manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários', diz Gilmar Mendes sobre dados do coronavírus

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal — Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Por G1

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes criticou neste sábado (6) a mudança feita pelo governo federal na divulgação de dados referentes ao coronavírus e disse que a "manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários".

"A manipulação de estatísticas é manobra de regimes totalitários. Tenta-se ocultar os números da #COVID19 para reduzir o controle social das políticas de saúde", escreveu o ministro em uma rede social. "O truque não vai isentar a responsabilidade pelo eventual genocídio. #CensuraNao #DitaduraNuncaMais", finalizou o ministro 

Nesta semana, o boletim do Ministério da Saúde com o balanço da doença passou a ser publicado no fim da noite e com menos informação que antes. O portal oficial do ministério ficou fora do ar e, ao ser restabelecido, também deixou de informar os dados acumulados da pandemia.

Mais cedo, Gilmar Mendes foi moderador de um debate promovido pelo IDP e que teve a participação do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido por Jair Bolsonaro em abril deste ano. No encontro, Mandetta disse que o desmanche de informação é uma tragédia para o país.

"Do ponto de vista de saúde, é muito ruim, é uma tragédia o que a gente está vendo, de desmanche da informação", disse Mandetta.