Interferências de Bolsonaro: policial da PF afirma não se recordar de nada parecido vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país (Adriano Machado/Reuters)
Por Da redação, com Estadão Conteúdo
No caso da Receita, crise interna se agravou após pedido de familiares de Bolsonaro; na Polícia Federal, demissão coletiva não é descartada
Os auditores fiscais que ocupam as mais altas posições de chefia da Receita Federal ameaçam entregar os cargos caso sejam efetivadas indicações políticas na superintendência do Rio de Janeiro e em outros postos chaves do órgão.
Os seis subsecretários do órgão estão fechados nessa posição, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. O efeito da entrega de cargos poderá ser em cascata, com outros chefes da alta administração da Receita.
Bolsonaro também tenta interferir na indicação do Superintendente da Polícia Federal no Rio, o que desagradou delegados de diferentes partes do país. Um pedido de demissão coletiva não está descartado, caso o presidente insista na investida, segundo divulgou a colunista Mônica Bergamo, na Folha deste sábado (17).
Segundo a colunista relatou, um dos policiais mais prestigiados entre os colegas afirma não se recordar de nada parecido vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país.
No caso da Receita, o órgão se encontra em crise, pressionado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário para mudanças em sua estrutura e na forma de atuação.
A situação se agravou com os relatos nos bastidores do órgão de que o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, pediu ao superintendente da PF no Rio de Janeiro, Mário Dehon, a troca de delegados chefes de duas unidades no Estado – a Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí e da Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca.
O pedido teria partido de familiares do presidente Jair Bolsonaro.
A Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí é estratégica no combate a ilícitos praticados por milícias e pelo narcotráfico em operações no porto, que incluem contrabandeado, pirataria e subvaloração de produtos.
Dehon, que está com o cargo ameaçado, recusou indicar o nome que foi sugerido, por entender que não preenchia os critérios técnicos para a indicação.
Procurado por meio da assessoria de imprensa, Cintra não se manifestou sobre a informação de que sugeriu troca de delegados na Receita.
“Independentemente de quem tenha feito ou qual seja o pedido, tentativas como essa de interferência política no órgão são absolutamente intoleráveis, típicas de quem não sabe discernir a relevância de um órgão de Estado como a Receita Federal”, afirmou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), em nota divulgada na noite desta sexta-feira, 16.
O sindicato diz também que “a possível exoneração de um superintendente por tal razão é algo jamais visto”.
O secretário Marcos Cintra, que vem sendo pressionado pelo Supremo, pelo ministério da Economia e pela cúpula do Congresso, também é alvo da insatisfação dos auditores-fiscais.
No caso da Receita, crise interna se agravou após pedido de familiares de Bolsonaro; na Polícia Federal, demissão coletiva não é descartada
Os seis subsecretários do órgão estão fechados nessa posição, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. O efeito da entrega de cargos poderá ser em cascata, com outros chefes da alta administração da Receita.
Bolsonaro também tenta interferir na indicação do Superintendente da Polícia Federal no Rio, o que desagradou delegados de diferentes partes do país. Um pedido de demissão coletiva não está descartado, caso o presidente insista na investida, segundo divulgou a colunista Mônica Bergamo, na Folha deste sábado (17).
Segundo a colunista relatou, um dos policiais mais prestigiados entre os colegas afirma não se recordar de nada parecido vindo de qualquer outro presidente desde a redemocratização do país.
No caso da Receita, o órgão se encontra em crise, pressionado pelo Executivo, Legislativo e Judiciário para mudanças em sua estrutura e na forma de atuação.
A situação se agravou com os relatos nos bastidores do órgão de que o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, pediu ao superintendente da PF no Rio de Janeiro, Mário Dehon, a troca de delegados chefes de duas unidades no Estado – a Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí e da Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca.
O pedido teria partido de familiares do presidente Jair Bolsonaro.
A Delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí é estratégica no combate a ilícitos praticados por milícias e pelo narcotráfico em operações no porto, que incluem contrabandeado, pirataria e subvaloração de produtos.
Dehon, que está com o cargo ameaçado, recusou indicar o nome que foi sugerido, por entender que não preenchia os critérios técnicos para a indicação.
Procurado por meio da assessoria de imprensa, Cintra não se manifestou sobre a informação de que sugeriu troca de delegados na Receita.
“Independentemente de quem tenha feito ou qual seja o pedido, tentativas como essa de interferência política no órgão são absolutamente intoleráveis, típicas de quem não sabe discernir a relevância de um órgão de Estado como a Receita Federal”, afirmou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), em nota divulgada na noite desta sexta-feira, 16.
O sindicato diz também que “a possível exoneração de um superintendente por tal razão é algo jamais visto”.
O secretário Marcos Cintra, que vem sendo pressionado pelo Supremo, pelo ministério da Economia e pela cúpula do Congresso, também é alvo da insatisfação dos auditores-fiscais.
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